A revitalização do Museu de Arte Moderna (MAM), no centro do Rio de Janeiro, foi entregue nesta quarta-feira (30) pela prefeitura do Rio de Janeiro. O espaço vinha passando por intervenções com o intuito de deixá-lo pronto para receber a Cúpula dos Líderes do G20, que acontecerá nos dias 18 e 19 de novembro. As instalações renovadas foram apresentadas pelo prefeito Eduardo Paes à primeira dama Janja Lula da Silva e ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Uma chave simbólica também foi entregue ao ministro.
Paes avalia que a revitalização do MAM ficará como um legado do G20. "É a recuperação de um ícone da arquitetura brasileira, de um importante equipamento cultural. Fizemos também a recuperação do entorno, do paisagismo assinado pelo mestre Burle Marx", afirmou.
Inaugurado em 1958, o MAM localiza-se no aterro do Flamengo, próximo ao aeroporto Santos Dumont. De acordo com a prefeitura, foram investidos ao todo R$ 32 milhões em reformas na área interna do museu, obras estruturais e revitalização urbana e ambiental do entorno, incluindo a instalação de nova iluminação, a criação de um passeio público e a valorização dos jardins. Após o G20, o espaço estará novamente disponível para visitação do público. A reabertura completa é prevista para janeiro de 2025, com uma nova programação gratuita que abrangerá exposições, atividades educativas, oficinas e eventos na área externa.
Segundo Paes, as obras duraram aproximadamente seis meses, mas o processo todo, considerando o planejamento e as discussões de projeto, levou cerca de um ano. "A gente já vinha trabalhando para recuperar esse espaço, que é um ícone da nossa cidade, e deixá-lo pronto para abrigar esse importante encontro da geopolítica mundial", disse.
O prefeito também defendeu que, no próximo ano, o Rio de Janeiro seja a sede da reunião do Brics, composto por países emergentes voltado para o desenvolvimento socioeconômico sustentável. O Brasil assume presidência rotativa do grupo em 2025. "Eu já disse ao ministro Mauro que nós vamos receber também com muita honra e prazer a reunião dos Brics. Eu sei que essa não é uma decisão tomada ainda, mas já fica aqui a oferta. A gente entende que o Rio tem um papel a cumprir e tem muito orgulho de mostrar as belezas do nosso país para o mundo".
O ministro Mauro Vieira celebrou a realização da Cúpula dos Líderes do G20 no MAM. "O G20 é uma plataforma de articulação global de grande importância. Ele é responsável por tomar as grandes decisões geopolíticas. Acho que ter essa reunião no Rio de Janeiro, que é um cartão postal do Brasil, é muito importante. E esse esforço de recuperar esse prédio, que é um ícone da cidade e da cultura brasileira, tem tudo a ver justamente com o que representa o G20 no Brasil", avaliou.
As 19 maiores economias do mundo, bem como a União Europeia e mais recentemente a União Africana, têm assento no G20. O grupo se consolidou como foro global de diálogo e coordenação sobre temas econômicos, sociais, de desenvolvimento e de cooperação internacional. Em dezembro do ano passado, o Brasil sucedeu a Índia na presidência.
É a primeira vez que o país assumiu essa posição no atual formato do G20, estabelecido em 2008. No fim do ano, a presidência será transferida para a África do Sul. Mauro Vieira destacou as prioridades brasileiras para seu mandato no G20: o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza , a mobilização pela transição energética e contra a mudança climática e o chamado para uma reforma da governança global.
"É preciso mudar as estruturas das instituições que foram criadas após a Segunda Guerra Mundial, que não mais refletem a realidade do mundo de hoje. Quando a ONU [Organização das Nações Unidas] foi criada, ela tinha 51 países membros. Hoje são 193. Da mesma forma, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional [FMI] e mais recentemente a Organização Mundial do Comércio [OMS] são todas organizações importantes para o multilateralismo global e sobretudo para defesa dos interesses dos países em desenvolvimento. Mas estão defasadas e fora da realidade atual. A participação dos países do Sul Global não tem o mesmo peso de outros países", analisou Vieira.
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